PROVAS PIAGETIANAS

PROVA DE SERIAÇÃO

Prova de Seriação de Palitos

A) Descrição do material

Uma série de 10 palitos graduados;

Um palito para intercalar (que denominamos “P”; para diferenciá-lo dos outros palitos, deve-se marcá-lo com um ponto colorido em uma das extremidades);

Um anteparo (pode-se utilizar uma tampa de caixa).

B) Execução

Esta prova desenvolve-se em 3 momentos.

Primeira parte: seriação descoberta

Apresenta-se à criança os 10 palitos em desordem e, uma vez familiarizado como material, pede-se que faça uma pequena escala com todos os palitos, ou seja, que os ordene (serie), começando do menor para o maior.

Deve-se cuidar para que ela trabalhe de forma plana. Se a criança não entende a consigna, pode-se mostrar uma série de três palitos ou colocar o menor deles, insinuando que continue a série de maneira crescente.

Se necessário, pode-se estimular a criança a continuar a série ou corrigi-la. Anotar na ficha como a criança opera; como por exemplo, a maneira de eleger cada elemento, ordem de combinação, resultado final de sua construção, etc.

Segunda parte – verificação de inclusão

Uma vez acabada a construção da série, pede-se à criança que feche os olhos e retira-se um dos elementos (pode ser qualquer um, com exceção dos extremos), informando a criança disto. Logo, pede-se que descubra o lugar de onde foi retirado o palito ausente. Anotar a resposta. Se necessário, pode-se repetir a experiência.

Outra modalidade que pode ser utilizada é dar à criança o palito “P”, depois de acabada a construção, para que ela o inclua na sua série. Anotar na ficha as condutas da criança.

Terceira parte – seriação oculta de um anteparo

Se a criança tiver êxito na seriação descoberta, volta-se à desordem dos palitos (cuidado e retira o elemento “P”, se tiver sido usado) e inclui-se um anteparo (tampa de caixa) entre a criança e o avaliador. Explica-se à criança que desta vez nós armaremos uma escala à medida que ela vá entregando os palitos um a um começando pelo menor.

Anotar o procedimento utilizado pela criança na seleção dos palitos e sua ordem.

C. Avaliação

Resposta de nível 1 – fracasso na seriação. Podemos distinguir duas etapas de acordo com o que a criança conseguir:

  • antes dos 4 anos – pensamento simbólico: a criança parece não entender a consigna. Não existe nenhum ensaio de ordenação. Às vezes, tenta justapor um par de palitos, mas sem levar em conta a horizontalidade nem a verticalidade.
  • 4/5 anos – pensamento intuitivo global: neste nível podemos observar distintos tipos de conduta:

1º - a criança ordena por pares (grande/pequeno) ou três ou quatro elementos (grande, médio, pequeno), mas logo não pode mais coordenar. São séries justapostas sem ordem de conjunto.

2º - outra alternativa é que consiga construir uma escala, mas levando em conta somente a parte superior de cada palito. Ao não considerar a parte inferior (a longitude total de cada elemento), a escala assim construída só é regular enquanto figura de conjunto: construída pelos extremos superiores. Tal construção, não apoiada em uma linha horizontal de base, não apresenta uma sucessão de palitos de acordo com a ordem real de tamanho.

3º - há crianças que conseguem construir uma série completa de 4 a 5 palitos, mas não podem intercalar os demais. Esta conduta indica um nível mais evoluído que os anteriores, mas ainda pertence ao primeiro nível.

Resposta do nível 2 - êxito por tentativas, pensamento intuitivo articulado. A criança consegue fazer a seriação através de tentativas empíricas, realizando comparações por pares (sobrepondo os palitos) e construindo a série de próximo a próximo, voltando cada vez ao ponto de partida. É uma seriação realizada intuitivamente por comparações sucessivas.

A criança consegue intercalar elementos mediante novas tentativas e, em ocasiões, recomeça tudo. Falta-lhe um esquema antecipatório e um método sistematizado (próprio do 3º nível), quando se utiliza o anteparo (conduta em que geralmente não tem êxito).

Resposta de nível 3 – êxito por método operatório, pensamento operatório concreto. A criança consegue, neste nível, facilmente a seriação (com ou sem anteparo), utilizando um método sistemático, que consiste em buscar, primeiramente, entre todos os elementos, o menor; depois, o menor entre os que restam e assim sucessivamente até completar a série (quando esta é em ordem crescente).

Este método responde a um esquema propriamente operatório, pois dá testemunho de um critério reversível, quer dizer, a criança considera que um elemento qualquer é, ao mesmo tempo, maior que os precedentes e menor que os seguintes. Neste nível, a criança consegue facilmente a inclusão de um elemento ausente (Segundo momento da prova) ou a inclusão de outros elementos, como é o caso do palito ”P”.

PROVAS PIAGETIANAS

2.3. Prova de conservação de largura ou comprimento.

A) Descrição do material

2 barbantes flexíveis de diferentes comprimentos

B) Execução

O avaliador apresenta à criança os dois barbantes dispostos segundo mostra a fig. 11.

a) __________________________________________________

b) _______________________________

Pergunta-se à criança “neste cominho (a) há a mesma quantidade para caminhar que no (b) ou há mais para caminhar aqui (a) ou ali (b)? Este caminho (a) é do mesmo comprimento que este (b) ou é mais curto ou mais comprido que este (b)?”

Leva-se a criança a comprovar e confirmar a desigualdade dos barbantes (a) e (b) e a emitir o juízo (a) maior que (b).

Primeira transformação: o experimentador deforma o barbante (a), fazendo com que os extremos de (a) coincidam com os de (b): “e agora, há a mesma quantidade ou não para caminhar sobre este caminho (a) e a outra sobre este (b)? Se duas formigas caminhassem, uma sobre este caminho (a) e a outra sobre este (b), andariam a mesma distância ou não? Como você sabe? Pode me explicar melhor?”

Formula-se a contra argumentação: em caso de resposta correta, o avaliado insiste na coincidência dos extremos de (a) e (b): “Mas, observe aonde termina este caminho (a) justamente como o outro (b). Não têm os dois o mesmo comprimento? Como você pode me explicar?”

Em caso de resposta incorreta, o avaliador recorda à criança as dimensões iniciais desiguais de (a) e (b). “Como era este barbante quando estava esticado? No começo os dois tinham o mesmo comprimento?” Eventualmente, o avaliador insiste nas curvas de (a), recorrendo a gestos. “Você vê como este (a) tem curvas e este (b) é completamente reto! Pode me explicar?”

Colocam-se os dois barbantes na posição inicial.

Segunda transformação: o avaliador torce os barbantes de tal maneira que haja entre os barbantes (a) e (b) uma defasagem em um dos extremos.

Procede-se como na primeira situação. Fazem-se perguntas de comparação dos comprimentos de (a) e (b), e as contra argumentações seguem conforme as respostas da criança.

C – Avaliação

Resposta de nível 1 – não conservação, por volta de 6/7 anos: nas duas situações de deformação, não há conservação de comprimento. Na primeira situação de coincidência dos extremos, julga-se que os comprimentos são iguais e na segunda situação de defasagem, o barbante cujo estremo está mais afastado é que se considera mais curto. Recordar o comprimento na disposição inicial não modifica em nada o juízo da criança.

Resposta de nível 2 – condutas intermediárias: um primeiro nível de conduta intermediária consiste em que o juízo seja correto na primeira situação, mas é incorreto na segunda. Em que nível posterior, aparecem alguns juízos de conservação na segunda situação, mas são instáveis e alternam com respostas não conservadoras. As justificativas das respostas conservadoras são pouco explicativas e incompletas.

Resposta de nível 3 – conservação, desde os oito anos: o comprimento é conservado em cada uma das situações e os juízos são acompanhados de uma ou várias das justificativas seguintes (argumentos):

· argumento de identidade: “é o mesmo caminho para caminhar, o que acontece é que você dobrou o barbante”;

· argumento de reversibilidade – “se colocamos o caminho todo esticado como antes, fica mais longo que o outro, e agora, mesmo terminando aqui, continua sendo igual, mais longo”.

· Argumento de compensação: “este caminho (a) é mais longo; o que acontece é que termina antes porque tem muitas curvas”.

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