PROVAS PSICOPEDAGÓGICAS PIAGETIANAS- PROVA DE CONSERVAÇÃO

PROVAS DE CONSERVAÇÃO

Prova de conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos.
A) Descrição do material
10 fichas vermelhas
10 fichas azuis

B) Execução
Esta prova é administrada em duas etapas:


Primeira etapa: correspondência em fileira
Uma vez que a criança tenha se familiarizado com o material, sugere-se que escolha uma cor. O avaliador dispõe 6 a 7 fichas em fileira (da cor restante) e propõe à criança que coloque uma coleção numérica equivalente; quer dizer, que coloque a mesma quantidade de fichas. A consigna deve ser clara e adequada ao nível da criança; por exemplo: “coloque a mesma quantidade de fichas como eu coloquei as minhas, ou coloque o mesmo número de fichas, ou coloque tantas fichas quantas eu coloquei, etc.”.



Se depois de várias tentativas, a criança não conseguir fazer a correspondência termo a termo, o avaliador deve dispor as fichas, assegurando-se de que a criança se dê conta equivalência das duas coleções. Ex: “você acredita que temos o mesmo? Etc.”



Logo o avaliador espaça suas fichas e procura indagar se a criança mantém ou não equivalência de ambos os conjuntos. Exemplo: “Há agora a mesma quantidade de fichas vermelhas e azuis? Eu você temos a mesma quantidade de fichas? Onde te parece que há mais fichas? Como você sabe?” Etc.


As explicações e justificativas dadas pela criança devem ser registradas na ficha. Propõe-se, então, a contra-argumentação. Se a resposta é de conservação, o avaliador chama a atenção sobre a configuração espacial (distribuição das fichas). “Mas, olha como esta linha é mais comprida. Não te parece que a maior tem mais ou que minhas fichas ocupam mais lugar que as tuas? Então, será que nós dois continuamos tendo a mesma quantidade?


Se a reposta é não conservação, o avaliador recorda à criança a equivalência inicial: “você lembra quando colocamos..., uma vez um menino me disse que havia a mesma quantidade de fichas vermelhas azuis. O que você acha?


O avaliador junta suas fichas e continua indagando sobre a equivalência de ambos os conjuntos da mesma maneira descrita. Se for necessário, pode-se passar previamente pela correspondência termo a termo, reassegurando a equivalência, para logo continuar com as outras transformações. Pede à criança que justifique suas respostas e volta a fazer a pergunta de contra-argumentação e logo de quantidade.


Pergunta de quantidade – o avaliador esconde suas fichas e logo pede à criança que conte suas fichas e lhe pergunta: “Poderia em dizer quantas fichas tenho aqui escondidas? Como você sabe?”


Segunda etapa: correspondência em círculo.
Volta-se a reunir as 10 fichas de cada cor e o avaliador dispõe logo 7 ou 8 fichas em forma de círculo e procede da mesma maneira anterior, sendo que a criança dispõe suas fichas em uma coleção igual.
Uma vez constituídas as duas coleções termo a termo, o avaliador faz uma pilha com suas fichas (ou um círculo pequeno) e faz as mesmas perguntas da primeira parte. Não esquecer de formular a pergunta de contra-argumentação, levando em conta a nova distribuição e registrar na ficha as respostas.

C) Avaliação
Resposta de nível 1 – comparação qualitativa global: não faz a correspondência nem mantém a equivalência. As respostas de nivelo 1 podem ser divididas em duas categorias que são:


· Nível simbólico (2 a 4 anos). A criança deste nível só imita a ação parecendo não entender a consigna.
· Nível intuitivo global – 4/5 anos. A criança percebe somente qualidades globais (espaço que ocupa) da figura modelo, mas não pode levar em conta o número de fichas apresentadas; portanto, tenta fazer uma semelhança global entre sua produção e a fileira modelo. Ao não poder analisar essa figura padrão, decompondo suas qualidade em forma de relações logicamente coordenáveis (e suscetíveis de compor-se por meio de operações a respostas reversíveis), sua produção não passa de ser global e aproximativa, chegando a respostas.



Resposta de nível 2 – correspondência qualitativa de ordem intuitiva: consegue-se a correspondência, mas não se mantém a conservação. A criança deste nível faz uma correspondência termo a termo, mas esta correspondência (apesar das aparências) não deixa de ser qualitativa e intuitiva (ou seja, não verdadeiramente numérica e operatória): isto se comprova quando se altera a configuração (juntam-se e separam-se as fichas). A criança deixa de reconhecer a equivalência, não existindo a conservação. O problema de quantidade é resolvido corretamente. À medida que a criança vai culminando esta etapa, é possível observar condutas intermediárias como:
· evidencia juízos de conservação para uma situação, mas não para outra;
· pode mostrar dúvidas e oscilações de juízo para cada situação; por exemplo: “há mais azuis... não! Mais vermelhas... não! As duas são iguais”;
· necessita assegurar a conservação mediante recontagem das fichas. Porém em todos estes casos, as respostas de conservação não são justificadas por argumentos explícitos e completos.


Resposta de nível 3 – correspondência operatória com equivalência necessária: faz a correspondência e mantém a conservação. A criança, ao alcançar esta etapa, já pode considerar ao mesmo tempo as relações de longitude (espaço ocupado) e densidade (espaço entre as fichas), conseguindo não somente uma correspondência precisa, como também (e nisto reside o progresso desta etapa em relação à precedente) mantendo uma equivalência durável (igual número de fichas), mesmo nos casos em que as fileiras diferem simultaneamente em longitude e densidade (trocas configuracionais).

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